Como Entender o Valor de Artes Digitais em 7 minutos
Você já viu artes digitais serem vendidas por valores extremamente altos e não entendeu como elas podem valer tanto?
Pois é, eu também já e demorei um certo tempo para entender o valor delas.
É fato que algumas tecnologias estão revolucionando o mercado de artes e trazendo diversos benefícios para artistas.
Utilizando a tecnologia dos tokens não fungíveis, Murat Pak vendeu sua obra de arte digital para 28,983 proprietários.
The Merge foi vendida em edição aberta (o contrário de edição limitada), começando as vendas em uma Quinta-Feira e terminando no Sábado. No início, os compradores podiam comprar uma unidade da arte por 575 dólares e a cada 6 horas o preço subia 25 dólares.
As vendas somaram cerca de 91 milhões de dólares.
Incrível, não é mesmo?
Seja você um artista, um colecionador, ou uma pessoa curiosa e quer entender como o mercado de artes está evoluindo, preste atenção na tecnologia dos NFTs.
Nesse artigo, você vai entender o valor dessas artes de uma vez por todas…
Como entender o valor de artes digitais
Como uma arte cria valor e gera demanda
É essencial entender como um artista gera valor no mercado de artes, antes de focarmos especificamente nas artes digitais e NFTs.
Vamos lá.
A lei da oferta e da demanda é o que controla os preços das artes, para uma arte se valorizar e alcançar preços altos, é preciso que exista uma oferta limitada e uma demanda crescente.
Mas como a demanda cresce pelas obras de um artista?
A demanda pode ser quantitativa e qualitativa, aqui temos uma imagem que explica melhor como funciona o ecossistema do mercado de arte.
Os trabalhos de um artista envolvem mercados econômicos e culturais, que influenciam diretamente como uma arte é avaliada e quanto as pessoas estarão dispostas a pagar por um trabalho artístico.
Um artista famoso e reconhecido, consegue gerar valor e impacto cultural e financeiro.
Diversos fatores influenciam o valor percebido e criam demanda para uma obra de arte – mídia, educadores, casas de leilões, revendedores, galerias, consumidores e outros intermediários culturais.
Parece muitos fatores para analisar, certo?
Porém, saber analisar a demanda por uma arte é essencial para entender seu valor.
Ela inclui os interesses dos consumidores, colecionadores e também da grande audiência que ama, comenta e está disposta a comprar peças por um preço mais acessível.
As redes sociais são muito importantes nesse processo, lá podemos ver pessoas compartilhando opiniões e artistas compartilhando seus trabalhos.
É importante acompanhar colecionadores e amantes da arte na internet, conhecer a opinião dessas pessoas facilita o entendimento do valor que um trabalho artístico gera.
Principalmente dos artistas digitais.
Esses estão muito presentes nas mídias digitais, utilizam ela para divulgar seus trabalhos e receber reconhecimento de influenciadores do mercado.
Galerias e leilões também atuam diretamente como geradores de demanda para artistas.
Um estudo da ArtTactic reportou como certos eventos impactam a carreira de um artista, ao mesmo tempo que aumentam a atividade econômica das suas criações.
Para um artista gerar valor econômico, é essencial – principalmente no longo prazo – que ele acesse e impacte valores culturais também.
Olhando para o gráfico acima, você pode ver que quando o artista consegue gerar valor cultural, consequentemente as pessoas valorizam economicamente seus trabalhos.
Por isso que é muito importante para um artista aparecer em grandes exposições, sejam físicas ou digitais, além de ter autoridades falando sobre seu trabalho.
Escassez e autenticidade
Agora que já entendeu como a demanda por uma arte é criada, vou falar sobre a oferta.
Como já comentei, para uma arte se valorizar, precisa existir uma demanda crescente por ela, enquanto a oferta se mantém limitada.
Pense nos grandes trabalhos artísticos criados, a maioria deles apresentam características únicas e são peças exclusivas.
Só existe uma Mona Lisa pintada por Leonardo Da Vinci e se você quiser ver ela, precisa visitar o Museu do Louvre em Paris.
Com o tempo, diversos fatores fizeram a demanda por essa obra crescer, enquanto a oferta sempre foi limitada a apenas um quadro.
Mesmo que outras pessoas tentem copiar, sempre existirá apenas um quadro da Mona Lisa pintada por Leonardo Da Vinci.
Agora, vamos pensar nas artes digitais.
Com o avanço tecnológico dos programas de computador, seria muito mais fácil replicar uma arte digital, certo?
Sim, a grande diferença da arte física para arte digital é que com arquivos e programas de computador, é relativamente fácil de reproduzir artes famosas.
Por isso o risco de falsificação e reprodução são altos, dificultando a garantia de uma oferta limitada e a autenticidade de uma arte.
Porém, os artista digitais estão autenticando suas artes através da tecnologia de uma blockchain, que possibilita que qualquer um veja se uma arte é verdadeira ou se é uma réplica.
Você só precisa ver quem registrou aquela obra na blockchain e quem é o proprietário atual.
Isso garante aos investidores e aos artistas a prova da propriedade das obras digitais.
Fantástico: uma tecnologia que garante autenticidade, escassez e propriedade intelectual para artes digitais.
Isso está mudando completamente o mercado de artes digitais, beneficiando tanto os artistas como os colecionadores.
É por esse motivo, que essa tecnologia tem sido cada vez mais usadas no mercado de artes.
A popularização dos NFT
Os tokens não fungíveis são construídos com a tecnologia da blockchain – a mesma usada pelo Bitcoin – oferecendo um registro seguro das transações.
Ela serve como um “banco de dados” onde não é possível corromper as informações.
Isso significa que é possível identificar o artista e o dono de uma arte registrada como NFT, mesmo se aquela imagem ou video for replicada diversas vezes na internet.
Incrível.
Mesmo que alguém salve ou replique uma arte digital, sempre vai estar registrado na blockchain quem é o verdadeiro dono e quem é o criador.
Isso é imutável, por causa das características de uma blockchain.
NFTs e blockchain estão revolucionando o mercado de artes digitais.
Antes dessas tecnologias, era muito difícil registrar uma arte digital sem que outras pessoas copiassem e passasse despercebido.
Nas plataformas de registro de NFT, o artista define uma quantidade de artes que existirão.
Ele pode criar arte únicas, na qual só existirá um token correspondente, pode criar vários tokens correspondentes a uma único criação, como Murat Pak fez, ou também disponibilizar por tempo determinado.
Onde as pessoas tem um período limitado para comprar os tokens, após esse tempo, só poderá ser comprado de outros colecionadores.
Veja bem.
Os NFTs estão revolucionando o mercado digital, proporcionando diversos benefícios para os artistas e para colecionadores.
O maior benefício para Artistas
Agora que você já entendeu o que faz artes digitais terem valor, você vai perceber por que tantos artistas estão migrando de artes físicas para artes digitais.
O motivo é simples: royalties.
Exatamente, olha só:
Imagine que você é um artista bem sucedido, um dia, você tem uma brilhante ideia, coloca ela em prática e produz um incrível trabalho.
Provavelmente, muitas pessoas estarão dispostas a comprar essa obra de você.
Sensacional, você conseguiu vender seu quadro por cem mil reais.
Porém, tem um problema, se o colecionador que comprou a arte de você vender ela para outro colecionador, você não vai receber nada dessa negociação, você só recebe na primeira venda.
Imagine que essa sua arte ficou extremamente famosa e gerou interesse de colecionadores do mundo inteiro.
Se valorizando muito economicamente, até que um colecionador resolve comprar ela por um milhão de reais.
Não seria justo você receber uma porcentagem dessa venda?
Eu acho que seria.
Com a tecnologia dos NFTs, o artista, ao criar e registrar sua arte digital na blockchain, pode definir uma porcentagem de royalties em cima de cada negociação feita da sua arte.
Logo, toda vez que seu trabalho for vendido, ele receberá uma porcentagem daquela venda automaticamente.
Isso da muito mais poder ao artista sobre suas criações.
Ele vai continuar fazendo dinheiro com as negociações das suas criações para sempre, se beneficiando da valorização dos seus trabalhos ao longo do tempo.
Olha essa pintura:
Ela foi vendida por cerca de 90 milhões de dólares em 2018 e o artista não recebeu nem um centavo dessa negociação. A única vez que ele recebeu pelo seu trabalho, foi quando vendeu pela primeira vez em 1972, por 18 mil dólares.
Essa única negociação de 2018, mudaria completamente a vida do artista.
Conseguiu entender por que tantos artistas e colecionadores estão migrando para artes digitais e a utilizando tokens não fungíveis para registra suas artes?
O mercado de arte vai mudar muito nos próximos anos com o crescimento das vendas online.
Museus, curadores e a audiência em geral também vão ser importantes nesse processo, além dos novos meios comunicação, divulgação e registro de dados.
Conclusões finais
Como você pode perceber, essa tecnologia favorece muito os criadores.
Ainda existem desafios tecnológicos para a adoção dos tokens não fungíveis pela grande maioria.
Taxas de transação, conhecimento técnico, entender como utilizar o mercado, entre outros.
O que posso te garantir, é que não é uma questão de “se” essa tecnologia vai ser usada por todos, e sim, de “quando” e “como”.
Seja você um artista, um colecionador, um interessado em tecnologia, ou apenas curioso, entender essas inovações vai te colocar um passo a frente da maioria das pessoas.